Sei que os últimos posts tem como foco a maternidade, e prometo que logo haverão mais temas, como eu já fiz antes, mas ultimamente ando meio inspirada pra falar sobre esse assunto. Espero que gostem do post de hoje...
O Enzo ficou doente. E daí?
E daí que o que eu tenho pra falar agora, é do que sente uma mãe ao ver seu filho doente. Acredite em mim, DÓI. Dói na alma, principalmente quando você já está fazendo o que pode. Fica sempre aquela sensação de incapacidade. É mais ou menos assim que funciona: um belo dia, a criança acorda mais chorosa, com a temperatura um pouco alta, com menos apetite. Você já fica meio tensa, e vai observando se algum outro sintoma aparece. Quando é o caso, leva ao médico. Ele avalia, receita o remédio e a dosagem, e você administra. Parece fácil, né? Só que não. Só que não MESMO. Vou contar o que aconteceu por aqui... o Enzo acordou assim como descrevi. Temperatura um pouco mais alta, falta de apetite, chorando um pouco, manhoso. Olhei na boca, tinham 2 dentes mais ao fundo nascendo, então pensei apenas que fosse isso. Nessa fase é normal a criança sofrer um pouco com o nascimento dos dentinhos. Porém, os dias foram passando e eu não via nada que pudesse me dizer que ele estava ficando mais aliviado, pelo contrário, a temperatura começou a subir mais - bora pro médico. Expliquei tudo, expliquei que vi os dentinhos mas que já desconfiava que não fosse apenas isso. Avalia daqui, avalia dali. Diagnóstico - inflamação no ouvido. A mãe pensa: como não percebi isso antes? Como posso ser tão negligente? Como sou tão descuidada? Como ele foi pegar isso? Que diabos de mãe eu sou? - sim, isso acontece mais do que você pensa. A culpa é um fardo tão pesado que esmaga o coração de uma mãe. Não importa o que aconteça, ela vai sempre se sentir culpada. Deixando a culpa de lado, hora de administrar o medicamento. Tomou um dia, dois dias, três dias e nada dele melhorar, na verdade, começou a comer cada vez menos e o desespero começa a tomar conta. Uma mãe de primeira viagem sofre um pouco mais do que as mais experientes, justamente porque não imagina que o remédio não faz efeito da noite pro dia, que pode levar um tempo pra finalmente ser visível que o corpo conseguiu combater a infecção/bactéria/vírus, seja lá o que for. Bom, passaram os três primeiros dias e ele estava bem mais fraco, não queria mais comer nem as coisas que ele mais gosta. Fui dar banho e ele mal ficava em pé, aquilo me abateu profundamente, eu já comecei a pensar no pior, chorava mais que ele. Vou levar pro hospital! Enquanto arrumava tudo, uma tia que percebeu pelos meus posts do facebook (sim, sou o tipo de pessoa que quando está aflita coloca no status da rede social "se sentindo aflita" - e isso é tema pra outro post), me chamou pra conversar. Expliquei toda a situação, e ela com a maior calma do mundo, me explicou que o melhor a fazer era aguardar mais um pouco, reforçar a alimentação dele, e só ir para o hospital se, por exemplo, a febre subisse muito (não estava subindo tanto e nem toda hora, apenas em um momento ou outro, e em torno de 38°), e que ele estava desse jeito justamente porque o corpo estava trabalhando pra vencer essa guerra - levar ele pro hospital significaria apenas soro na veia, agulhada daqui, agulhada dali. Não vou mentir, na hora ainda pensei "meu Deus, mas e se não for só isso e ele estiver com alguma coisa a mais, e se ele precisa de outro tipo de medicamento, e se esse não está fazendo efeito?"... Acontece que nesses momentos, a gente pensa tudo mesmo, é enlouquecedor! Mas eu precisei me acalmar e pensar com a cabeça, não mais com a emoção. Nesse dia, ele dormiu MUITO. Dormiu praticamente o dia todo, e ela me disse que isso era mais um sinal de que o corpo estava lutando, e precisava descansar. Assim que ele acordou, ofereci várias coisas que ele gosta de comer, e do jeito que ele mais gosta: sozinho. Dei tudo na mão dele, e foi funcionando aos poucos! Comeu um pouco aqui, um pouco ali... e como num milagre, ele começou a responder à tudo isso. Ele só estava fraco, muito remédio, pouca alimentação... até um adulto sofre, como um bebê não sofreria? Enfim, finalmente ele foi se recuperando e como sinal disso, já aprontou de cara: virou o remédio na minha cama - e era líquido. Na hora, não consegui nem ficar brava! Isso era um sinal tão bom, que eu abracei ele e chorei. Meu filho deve achar que eu sou louca... mas mesmo assim, me abraçou de volta. Senti como se ele estivesse dizendo: tô de volta, e voltei com tudo!
Ah, filho. Mas eu prefiro meeesmo você aprontando todas, me deixando maluca, do que te ver daquele jeito, sem vontade de levantar da cama. Coração de mãe é como uma bomba, sempre prestes à explodir - e quando explode, escorre pelos olhos. Vai ver é por isso que choramos tanto. Pensa no tanto de emoções? Adrenalina pura!
E ele já está correndo pelo apartamento como se nada tivesse acontecido. Mas é isso mesmo, pra ele, nada aconteceu. Só meu coração que ficou em frangalhos, mas descobri que ele se regenera junto com a saúde da cria! Hehe <3
Um beijo enorme e até já!
Um beijo enorme e até já!